terça-feira, 6 de setembro de 2011

r.i.p., antigo canalizador de freixo de espada às costas

De há uns tempos a esta parte, na página dos defuntos no Diário de Aveiro, há um cromo qualquer que decide transformar o óbito das pessoas numa micro-novela. A começar pelo título.

Há dias, era "o Carpinteiro de Segadães", mas também já foi o "Funcionário Público de Estarreja" ou o "Reformado de Sever do Vouga". Não, não é uma descrição ou parte dela... é a parte de se identificar a pessoa através da sua profissão. É muito estranho ler-se uma caixa que diz "Faleceu antigo funcionário público de Estarreja" e um tipo fica a pensar que, das duas uma: Ou em Estarreja só havia um funcionário público antigamente, ou todos os que havia naquela terra não eram de lá e por acaso nas redondezas havia só um que era esse...

O Editor/Redactor do artigo que tenha um pouco mais de bom senso e menos ideias tristes na reportagem de uma notícia. Pelo respeito que o luto dos familiares merecem, não há necessidade de se "adornar" a notícia com confettis e serpentinas perfeitamente escusadas...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

se não é semântica, é o quê?

Não gosto muito de voltar à carga nos assuntos, por dá cá aquela palha, mas ao ler as "gordas" hoje no JN online houve um termo que fez "plim" na minha cabeça. Alberto João, refere que "(...) tem que ser encontrada uma solução não meramente contabilística, mas uma solução global que encare por completo toda a problemática económica da Região Autónoma"... e é precisamente isto que me faz confusão.

Qual é o verdadeiro significado de "Região Autónoma"? Se é autónoma, porque é que está sempre de mão estendida para um estado, que pelos vistos, não tem condições para o ser? Que Portugal seja um estado autónomo, ainda se percebe, pese embora todos saibamos que não é bem assim. Autónoma é a Alemanha, o Reino Unido, e os EUA ou a China, mas Portugal, só se for no sentido de que já não andamos à turra e à massa com os espanhóis por tudo e mais alguma coisa, como no nosso passado histórico comum.

Por isso, o conceito de autonomia da Madeira, é um pouco como a autonomia do meu filho de 10 anos. É autónomo no quarto dele e mesmo assim, continua nada-autónomo quando os seus interesses colidem com os do dono da casa, ou seja, eu. Portanto, como dizem os "camones" , "autónomo my ass!!".

Então, qual o verdadeiro sentido do conceito de "Região Autónoma", se nem sequer emancipada é? Independente? Pelo contrário! Se o fosse, não estaria constantemente a ser bafejado com isenções fiscais, benefícios estruturais e quanto muito, produziria algo mais do que ofertas de turismo, um Carnaval pomposo e um foguetório lindo de se ver (e triste de pagar) todas as noites de fim de ano. Tanto a Madeira como os Açores, só são autónomas quando não estão a chatear o Governo Central por causa de mais injecções de capital. E isto só deve acontecer diariamente entre as 2 e as 6 da manhã, que é quando aquela malta se encontram a dormir. O país real está mirrado de todo, tolhido de ideias e parco em pilim. E no entanto, para quem nada produz a não ser dívidas, andar sempre ao tio-ao tio por causa de mais não sei quantos érios, pedir nunca custou. Nesse aspecto, sim, são autónomos. Têm a autonomia de não terem vergonha na cara quando exigem mundos e fundos para continuarem a ser os Bocassas do costume... e estes, "comem-nos" de qualquer maneira.

domingo, 4 de setembro de 2011

sugestões de fim de semana II


Para quem já se fartou um pouco (para não dizer bastante) dos típicos jogos de tabuleiro do género do Monopoly, Scrabble, Trivial Pursuit e quejandos, há no mercado, - pese embora ainda com pouca exposição nas grandes superfícies -, alguns jogos, na sua grande maioria "made in Germany" que são autênticas pérolas e que prometem

horas valentes de dedicação e tempo bem passado. Como aficionado deste tipo de jogos, venho aconselhar este "Dominion" para todos os eventuais interessados em passar algum tempo de pura diversão.

Está longe de ser um jogo de
estratégia, pois o jogo desenvolve-se mais sob a sorte de cada "mão" do que propriamente de uma táctica previamente calculada. No entanto, não deixa de ter um elevado grau de interesse. O jogo desenrola-se em "mãos" de 5 cartas consecutivamente, consoante o nosso próprio baralho. Não tem peças adicionais, somente as cartas a própria caixa contém os lotes necessários para se jogar num nível inicial, bem como níveis mais avançados. De todas as cartas de acção, apenas jogamos com 10 lotes de cada vez. Mais para a frente, pode-se jogar com o mesmo número de lotes
mas com variantes escolhidas ao acaso. Ganha quem conseguir terminar com mais cartas de pontos. Pode à partida parecer muito complicado, mas ao fim do jogo de "apresentação", o esquema entra-se-nos automaticamente, e podemos jogar uma segunda mão com um à-vontade que não tínhamos anteriormente. O jogo torna-se aliciante por isso mesmo. Não há possibilidade de haver dois jogos iguais.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

as redes sociais na vida real


Na prática, isto é exactamente a mesma coisa que acontece nas nossas redes sociais (aqui em casa em frente ao pc), só que com algumas diferenças:
  • A figura de urso, é infinitamente menor.
  • Em frente ao pc, ou somos uns gajos porreiros ou umas bestas quadradas.
  • Na rua, o mais certo, seria vermo-nos votados à indiferença, as pessoas não teriam tempo para ler as baboseiras que escrevemos e seria muito mau sinal, estarmos a partilhar musicas ou vídeos com quem quer que fosse.
  • Nem todos (para não dizer a totalidade) dos nossos Amigos estariam muitas vezes com disposição para responder, partilhar o que quer que fosse ou simplesmente sugerir-nos uma mini-aplicação.
Então, o que muda? Em casa, a única desculpa, será porventura o facto de meia dúzia de cliques custarem muito menos, mas em contrapartida, o acto de se conversar é bem mais lento do que na vida real. Qual o destino das nossas relações interpessoais por justaposição com as redes sociais?

E para que serve então, uma rede social virtual, se as redes sociais reais são, além de mais duradouras, cada vez mais cingidas a meia dúzia de pessoas conhecidas? Ok... para um casal recém apaixonado, ou em vias disso, dá muito menos trabalho conhecerem-se nas RS já que, com um pouco de sorte (e pouco sigilo) qualquer um expõe todas as suas características. Na vida real isso obriga a um conhecimento mais profundo, mais tempo para conhecer o outro, enfim... obriga a perder-se mais tempo.

Antigamente, só ao fim de algum tempo tomávamos conhecimento dos defeitos do outro por experiência, insistência ou por ocasionalidade. Agora, fica-se a saber que o outro gosta de uma música que eu não posso ouvir porque me dá voltas ao estômago, e que, aquele atrasado mental cheio de borbulhas afinal é irmão do gajo... num instantinho.

Já para não falar no facto da gaja ter mais "amigos" do que eu, e muitos deles demonstrarem intimidade a mais para o meu gosto...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

drama de colocações

Há coisas que me causam uma enorme confusão e uma delas é a "novela anual" em torno da colocação de professores. Todos os anos, há directivas novas, modelos iguais que redundam de ano para ano na sua repetição e verificação dos mesmos dados, e uma enorme dor de cabeça para os seus concorrentes.

Todos os anos, salvo raríssimas e honrosas excepções, há "gralhas" no sistema de colocações, informações dadas em cima do joelho (leia-se "no arranque do ano lectivo") e questões que ficam sem resposta para o mais reles dos mortais. Mais do que ficarmos empedernidos de asco quando somos confrontados com o desgraçado que é de Melgaço e foi colocado numa escola qualquer da Mantarrota (afinal de contas ele concorreu para lá) questiono-me como é que é possível que ainda haja o "estatuto" de professores contratados neste país.

Não me refiro obviamente aos que são contratados mal saem das universidades, mas sim daqueles que, ano após ano, dançam de escola em escola, ou - menos compreensível - vêem os seus contratos renovados na escola onde leccionaram nos anos anteriores. Se são contratados, é porque são precisos, certo? E se uma escola repete e repete a sua contratação, concerteza que não o faz apenas pelos lindos olhos do leccionador; muito provavelmente será porque este lhe deu garantias mais que sustentadas que a sua qualidade será no mínimo factor mais que preponderante para que possa garantir continuidade na qualidade do trabalho até aí desenvolvido. Então... renova-se o contrato.

Ano após anos, mandam-se os contratados para um concurso que cada vez mais parece uma roleta-russa. Só que, a partir de agora, há mais balas do que câmaras vazias e o fantasma do desemprego começa a despontar nos horizontes dos anos que hão de vir. E é aqui que o Estado devia responsabilizar-se por esta situação.

A Empresa-Estado, contrata pessoas anos a fio para darem aulas (venderem, parece-me mais apropriado) e depois de uns 10, 15 ou qualquer outro período de tempo, dá-lhes um chuto no cu e atira-os para o desemprego. No entanto, consegue garantir o lugar daqueles efectivos que passam o ano de baixa, que se borrifam constantemente para com as suas obrigações laborais e que, de uma forma ou de outra, contribuem para taxas de insucesso escolar e lacunas pedagógicas que se reflectirão mais tarde ou mais cedo... nos seus filhos e pior: conseguem avaliações superiores a Muito Bom nos seus sistemas de avaliação e desempenho anuais!!

Não seria mais lógico fazer um apanhado destes "falsos-efectivos" (muitos dos quais com horários reduzidos e salários insuflados) e mandá-los para as novelas das contratações e colocar nos seus lugares, aqueles contratados que todos os anos andam com o coração nas mãos porque não sabem/podem fazer contas ao seu futuro?